999 vidas

Maior cara que não dou as caras por aqui. A novela das sete já mudou, o tempo já mudou (mil vezes é verdade), o mercado financeiro já enlouqueceu, a Britney já emagreceu, só a Amy, que não sei por qual milagre, continua dando as caras por aê.

Dentro do meu saquinho de assuntos, eu sorteei um que mexeu muito com a minha semana: eu achei meu livro “A Odalisca e o Elefante”. Pra quem não sabe é um livro infanto-juvenil, eu li pela primeira vez quando estava na sexta série. Até aí nada demais. O fato é que o livro é sensacional.

A história, como dá pra perceber, é de uma odalisca e de um elefante que se apaixonam. Não era uma odalisca qualquer, era aquela das orelhas perfeitas, também não era um elefante comum, ele era completamente branco. Há um sultão mimado, com insônia e muito ciumento. Também tem um gênio muito malvado, mas tipo malvado velocidade 5. Tem poesia do começo ao fim. Tem delicadeza non-stop. Tem Tim Maia, tem Romeu e Julieta, tem Ulisses e Penélope. Se eu disser mais uma vez que é lindo, eu vou me cansar. O melhor é o fim, a forma mágica como as coisas se encaixam e os sonhos, as vozes começam a fazer sentido.

Na boa não acho que eu entendi todo esse livro aos 12 anos, o que deve ter me prendido foi a doçura. Dessa última vez que li fiquei apaixonada por um pouco de tudo, da história bem montada, do texto pra lá de bem escrito e fácil, da poesia, da Leila, do Hati. Eu não gosto de recomendar coisas, porque sempre tem um filhodaputa que vem enchendo o saco “Porra maior livro de bichinha!” mas, se você não estiver fazendo nada, dá uma lidinha.
;)

“Resumindo: ela sonha com sereias e dentro dela correm rios. Ele sonha com cotovias e dentro dele arde o sol. Até onde sabemos, nunca se encontraram, mas babuiam na mesma vertigem. Os começos são sempre inesquecíveis. Depois é que vem a confusão.”
A Odalisca e o Elefante – Pauline Alphen

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Quem vai dizer tchau?

Estou absolutamente viciada nos dois últimos cds do Nando Reis. Eu já tinha ouvido antes, mas tinha ficado mais nos singles, agora as outras se mostram melhores que eles. Enfim, tem uma música chamada “Quem vai dizer tchau?” que é linda, fala do fim do amor. Não só do fim de um relacionamento, mas do amor que um sentia pelo outro.

Quando o amor acaba? É quando suas mãos não suam mais ao vê-lo novamente? Naquele momento em que uma mensagem fofa de boa noite não te traz um sorriso instantâneo? Mais complicado é entender porque ele termina. Nando Reis diz “A gente não percebe o amor/ que se perde aos poucos sem virar carinho/ guardar lá dentro o amor não impede/ que ele empedre mesmo crendo-se infinito”. Eu, sinceramente, não sei porque isso acontece. Pode ser que aquilo que sempre te completou agora não completa mais, afinal todos mudam muito e não são todos que acompanham isso. Talvez ser amigo tenha se tornado melhor do que ter continuado um amante. Talvez uma nova paixão aconteceu e é hora de jogar tudo para o alto.

Se o amor acaba para os dois, maravilha! Cada um segue o seu caminho, acham outros amores. Mas normalmente, como tudo na vida que é injusto, ele termina só para um. Aí é aquela coisa de sofrimento, lágrimas, brigadeiro… Ou aquele orgulhinho ferido e que decide tê-lo novamente só para mostrar quem está por cima. Enfim, uma aporrinhação sem fim.

Por que tem que ser tão complicado? Eu acho que cada um deveria ter seu par decidido antes de nascer e até achar o certo você não se apaixonaria por mais ninguém. Em compensação, você saberia que o dia que encontrá-lo seria para sempre. A minha idéia tem algumas falhas, acho que um único amor é tão pouco. E aquelas paixonites? Tão legais (tá nem tanto!) mas dão uma animada na vida. E aquele casinho, que nunca se resolve mas que você não viveria sem? Bom, a idéia não é tão boa quanto parece.

A história é deixar a vida te levar, como já disse meu companheiro de copo, Zeca Pagodinho. Sua mãe tem razão quando diz que novos amores virão, mais ou menos intensos, mais ou menos complicados.. mas eles virão. E pra que eles venham é necessário que o anterior acabe, não?

Só para terminar com Nando Reis que na mesma música diz “Tornar o amor real é expulsá-lo de você para que ele possa ser de alguém”. Acho que isso explica muita coisa e mesmo se não explicar, é bonito pra caralho.

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Mocinha

Você percebe que cresceu quando tem um chefe. Na verdade quando todo mundo é chefe, menos você. Quando você chora para chegar sexta-feira à noite, pra ver aquela novela bacana que não deu tempo de ver durante a semana. Você percebe que está ficando mocinha quando tem que instalar Cash Manager no computador. Quando você compra aquela blusa bacana de um milhão de dólares que sua mãe jamais compraria.
Você se reconhece velha quando sai mais cedo do trabalho e no lugar de ir beber, se encontrar com amigos, faz um lanchinho e dorme seu sono de beleza. Você percebe que já não é mais a mesma quando sua sobrancelha começa a se assemelhar com uma taturana, suas unhas dão desgosto e você espera A festa para arrumar tudo.
Você já é adulta quando no meio de uma conversa entre amigos, lembra “Será que fulano respondeu meu email? Tenho que terminar aquilo lá…”. Aqueles compromissos inadiáveis acumulam pro fim de semana. Você fica puta se o seu super oftalmo não atende de sábado. Mais puta ainda porque a nutricionista só trabalha até as seis. Você quer morrer quando descobre que sua salvadora (depiladora e manicure) vai embora as cinco e meia.
É também quando você começa a usar a mesma desculpa que sua mãe usava/usa: “amanhã não dá, não tenho tempo!”. É quando você se vê obrigada a anotar tudo que tem que fazer, até mesmo o “fazer xixi” deve ser escrito, porque senão você esquece. É quando, milagrosamente, a sua preguiça passa, ou pelo menos melhora. Você se torna mais eficiente, começa a entender como a sua mãe dava conta de tantas coisas.

Acho que estou crescendo, tô virando mocinha, tô pagando meus luxos, tô com sono atrasado, tenho a rotina mais corrida. Mas sabe o melhor? Tô amando. Mesmo quando meu dinheiro acaba antes de eu começar a gastar, mesmo quando eu tenho que dispensar o bar de sexta, até mesmo quando eu me vejo almoçando uma barra de cereal no metrô.

beijosdoisquilosamenos

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Bobagens aleatórias

Eu não ia escrever tão cedo, ainda estou me recuperando do desabafo que tive com o Puro Charme. Mas de repente,”não mais que de repente”, achei que devia publicar algumas das bobagens que tenho pensado.

Dia 15 foi o Dia do Solteiro. E dae? Seu amigo gay vai te dar uma rosa por ser solteira? Você e sua amiga vão ficar chorando e desabafando ao redor de uma panela de brigadeiro? Você vai enlouquecer na balada? Enfim, não sei pra que merdas serve esse dia, o comércio não lucra mais, não é feriado… seria muito mais lucrativo o dia do sexo¹, pelos menos motéis ganhariam mais e aquela secretária, sempre esquecida no dia dos namorados, ganharia um presentinho.

Não sei gastar dinheiro. Isso mesmo, não sei. Eu fico olhando meu salário e penso “não vou gastar nadinha, trabalhei um mês pra domesticar essas onças, agora elas vão ficar comigo pra sempre!”. Mas oi, tô trabalhando pra quê? Experiência pessoal, diria minha “professora” de Língua Portuguesa. Manja aquela passadinha no shopping que eu estava sonhando? Então, eu não consigo. Terapeuta, por favor.

Hoje eu fui experimentar o vestido da festa mega-hiper black-tie, e a tia, disse que tenho peito para segurar um decote! HEUHEUEHUE. Fez meu dia melhor, agora enfrentarei três semanas de dieta fácil fácil, ou quase isso. Dieta essa que já está sendo imposta a mim devido ao meu suuuper estilo de vida “não tenho tempo!”

¹ – já tem uma campanha pra do dia do sexo aqui, eu já fiz minha parte! ;)

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Ao Puro Charme

Blog querido, desculpa ter escrito tão pouco e quando o faço é pura bobagem. Não tenho tido tempo suficiente para pensar em algo útil e escrever decentemente sobre. Na verdade eu até penso. Penso tanto que quando chego aqui, as palavras se atropelam, como se quisessem sair todas de uma vez só. O famoso tempo, ou a falta dele, me faz querer escrever rápido pra esvaziar minha cabeça. Não preciso nem falar da falta de qualidade.
Você tem ocupado um espaço cada vez maior na minha vida. Começou como um grande desabafo, quando tudo estava mudando e eu não estava acompanhando. De repente virou uma janela, em que as pessoas vêem um pouco do que eu penso. Aqueles textos que antes viravam lixo reciclável, agora estão gravados (não sei até onde isso é bom). Até tentei aprender, em vão, um pouco de HTML, só por você.
Obrigada por suportar os meus rascunhos, você entende que um dia eles podem me ser úteis, nem que seja pra eu ver como eu era estúpida e “drama queen”. Você sempre foi um bom blog, se fosse um cachorro seria nesse momento que eu lhe daria um Biscrok e faria carinho na sua cabeça.
Prometo que logo menos você terá de volta todas as minhas incertezas, amores e desamores, amigos, futilidades, jornalismo etc.
Beijo!

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