Guilherme

Odeio escrever quando eu estou deglutindo sentimentos ainda. Sempre sai coisa que eu me arrependo logo após clicar “publicar postagem”, mas é muito mais verdadeiro e é com essa intenção que estou escrevendo agora [metalinguagem aê!].
Sabe quando um amigo é tão necessário que ficar sem ele te faz ficar sem chão? Aquele que você já pensa “tenho que contar isso pro fulano” quando as coisas ainda estão acontecendo. Um que te conhece o bastante pra saber quando você está mentindo pra si mesma e que te convida pra um café como se aquilo fosse a salvação pra tudo (e às vezes realmente é).
Ele não te julga, mesmo quando fez cagada. As piadas são as melhores e às vezes elas voltam com um simples olhar. E é por ali mesmo que boa parte da comunicação acontece. O silêncio, quando existe, não é desconfortável, não te faz querer dizer qualquer bobagem para quebrá-lo.
Não é aquele santo no altar, mas você o admira. Faz você querer ter um pouco mais dele e faz você morrer de invejinha. Ele é aquele que te empura pra fazer aquilo que não tem coragem e que sabe falar coisas bacanas como ninguém.
Aliás, eu estar escrevendo isso é meio um desafio, visto que ele escreve mil vezes melhor que eu e com mais sentimento. Não acredito, entretanto, que o sentimento dele por mim seja maior que o meu.
Ele não dança, ele não escuta as mesmas coisas que eu, não vai nas milhões de festas que ele deveria estar, ele repudia algumas pessoas que eu não, eu repudio algumas pessoas que ele gosta. Ele pensa em se lançar nas coisas, eu quero pensar primeiro.
A paixão dele por tudo é uma das coisas que me faz querer ser um pouco igual. Ele não faz nada pela metade, ele não quase gosta, quase odeia. Se toca violão é pra ser o melhor, se é pra beber é o que bebe melhor, se é pra se apaixonar é pra viver só pra isso e, felizmente, se é para ser amigo, é ele não é nada menos que o melhor.
Dizer que eu o amo e que estarei ao lado dele em qualquer situação é desnecessário de tão óbvio, falar que morrerei de saudade e que posso chorar por isso, é mais ainda. Os meus dias simplesmente não serão os mesmos, mas eu sei que de alguma forma o melhor parceiro que eu poderia encontrar, vai estar ao meu lado também. E que o poetinha que sempre me faz rir e que sempre está disposto a matar uma aula bacana vai estar só um pouquinho longe e no ano que vem vai voltar e fazer um TCC bacana comigo. O problema é só agora, quando tudo parece ser tão permanente.

UPDATE: óbvio também que eu sou mil vezes mais macho que ele e que meu pau é maior que o dele.

1 comentário

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Uma resposta para “Guilherme

  1. Nunca tinha entrado no blog! Hoje entrei e li um monte de coisas, mas não comentei em nenhum post.

    Lendo esse, meus olhos encheram de lágrimas e o pessoal da redação me perguntou se eu estava bem.

    Só quis compartilhar isso com você!
    Obrigada por me inspirar no final de uma tarde feia e cinza com um texto lindo desses!

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