Não é fácil

Acordo e penso em você. Antes de ver se meu cabelo acordou brigado comigo, antes até de dar bom dia a mim mesma. Mesmo quando eu estou com muito sono e em um “bad hair day”, ainda assim eu me arrumo, na esperança de você me encontrar, casualmente já que você me evita.
Sinto tanta falta das nossas conversas, das risadas, do jeito como só você mexia com as mãos enquanto falava. É estranhíssimo, quase que bizarro, o modo como eu monto meu discurso, detalhando todo o meu dia, contando segredos, só para você. Depois eu percebo que não há mais você. Não existe mais nós. Não porque eu queira, é lógico. Os discursos, eu guardo em uma caixinha, junto com tudo que lembra a gente.
Todos os meus amigos, até aqueles que também são seus, dizem que eu já deveria ter te esquecido, que você, apesar de bom, não merece todo o meu sofrimento e essa esperança inútil. Eles estão certos e percebem o quanto eu me esforço para tudo isso acontecer. Mas é que é essa coisa que já nasce com o ser humano, de acreditar, de se iludir, de achar que tudo um dia volta ao seu devido lugar.
Só quero que você saiba, eu estou bem. Não guardo mágoa, nem rancor. Você foi bom, você é bom. Não vou ser tão orgulhosa a ponto de dizer que não te quero mais. Não vou negar que, nas poucas vezes que eu te vejo, meu coração dispara e toda aquela adrenalina me faz bem pelo resto do dia. Mas não pense que parei minha vida por você, seria prepotência demais da sua parte. Agora se você puder voltar logo, eu agradeço.

Antes que comece o “reza lenda” ou “rolam boatos” eu já vou logo dizendo que esse texto é totalmente fictício.
Fictício: do Lat. ficticiu
adj. imaginário; falso; aparente; ilusório.

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